A 3ª Vara Criminal do Porto absolveu esta quinta-feira Bambo Guirassy, autointitulado «grande medium vidente», do crime de extorsão de 16 mil euros a três casais, alegando falta de provas.
«Não se descortinam factos que alicercem as extorsões invocadas na acusação», lê-se no acórdão proferido, que foi transmitido aos advogados das duas partes pela juíza Paula Cristina Jorge Pires, no seu gabinete e numa brevíssima audiência.
O arguido Bambo Guirassy esteve ausente, porque pediu dispensa, que o tribunal concedeu, tendo sido representado pela sua advogada, Susana Pereira Coutinho.
«Fez-se justiça», comentou, simplesmente, a causídica.
O tribunal entendeu que «os ofendidos aceitaram, acordaram com o arguido o preço dos tratamentos e que depois arrependeram-se e tiveram que psicologicamente encontrar uma explicação para o facto de terem sido crédulos e de recuperarem o dinheiro que lhes fazia falta».
A defesa disse que os lesados foram indemnizados «integralmente» pelo professor Bambo, o que, aliás, aconteceu antes do início do julgamento.
No acórdão, o tribunal observa também que os membros de um dos casais lesados «tiveram dois depoimentos não muito coincidentes».
Outro casal que apresentou queixa contra o professor Bambo afirmou em tribunal que o arguido já lhe havia devolvido os 7.500 euros que tinham pagado por conta da consulta e do tratamento alegadamente prestados em 2008 e no ano seguinte.
Os dois disseram em tribunal que procuraram os serviços do professor Bambo numa altura em que enfrentavam grandes dificuldades na quinta onde trabalhavam, em Alijó.
«Fizeram-nos a vida negra lá na quinta», recordou a mulher, que hoje se encontra desempregada.
O filho, que também lá estava empregado, foi despedido e ela e o marido tiveram igual sorte mais tarde.
O casal ouviu muitos elogios a Bambo, numa rádio de Lamego, e tentou a sua sorte marcando também uma consulta, em agosto de 2008, recorda a Lusa.